No último artigo estivémos a conversar sobre resistir ou desistir dos compromissos que assumimos.
E se é verdade que demasiadas vezes desistimos, e que perdemos oportunidades de nos tornarmos em pessoas que nunca antes fomos, também é verdade que por vezes também faz bem baixar os braços.
Mas quando sabemos que já demos tudo? Quando podemos mandar a toalha ao chão? Em que momento temos o direito a desistir?
rrisco aqui 3 ideias para nos fazer pensar nos compromissos que assumimos:
1. Demasiados compromissos é gula.
Normalmente montamos um circo de compromissos, ocupações, projectos. Andamos sempre em programinhas e reuniões de um lado para o outro, mas está-se mesmo a ver: não vamos conseguir fazer tudo. Se estamos a falar de compromissos sérios com a vida – como o que sonhamos e acreditamos – não conseguimos ter coração nem cabeça para muito. Um ou dois compromissos já nos enchem o prato.
Quando temos demasiados compromissos, é preferível largar alguns e ficar com os mais importantes, senão ainda lixamos todos.
Conselho paternal: Não tenhas mais olhos que barriga jovem. Vais ficar farto do que tens no prato se te serves demasiado.
2. Muito tempo sem descansar dá disparate.
Às vezes andamos tão cansados que já nem conseguimos descansar. A cabeça continua a bombar mil pensamentos ao minuto, e o corpo ainda reaje quando lhe damos ordens (rebola, senta, dança), mas apesar disso estamos a chegar ao limite.
Apesar de ser mais comum sermos uns mariquinhas e não irmos para o ringue dar tudo por tudo, por vezes estamos há tanto tempo na pancadaria, que até nos esquecemos que precisamos de descanso. Achamos que aguentamos tudo, mas de repente levamos uma direita fulminante e vamos direitos ao tapete. E desse KO não nos levantamos de um momento para o outro. E isso é chato: deixamos de aproveitar as coisas boas da vida porque simplesmente estamos no tapete a salivar.
Esquecemos que os períodos de descanso e inactividade são tão importantes quanto os períodos de grande esforço, tal como os silêncios entre as notas de uma música. Há um livro que tem um título sugestivo: só avança quem descansa.
Conselho paternal: Quando acordares demasiados dias seguidos estoirada, arranja tempo para descansar. A sério jovem, arranja tempo.
3. Deixar de fazer sentido, pode fazer sentido.
Por vezes os projectos, namoros e trabalhos onde estamos metidos tornam-se de uma aridez aflitiva e não vemos neles um sentido mais profundo. É normal ter alturas em que não estamos entusiasmados, em que não sentimos grande coisa, mas sabemos que é isto que nos faz sentido, é isto que queremos e escolhemos fazer, apesar de ser difícil . Mas se nos falta sistematicamente um sentido mais profundo para o compromisso que assumimos, se calhar não estamos a investir tempo no sítio certo. (E nada de desculpas esfarrapadas para saltar fora, temos que ser brutalmente honestos connosco. )
Conselho paternal: Se o que assumiste deixou de fazer sentido de forma continuada, pensa nisso jovem. E depois decide alguma coisa.
Estas 3 ideias parecem contudo insuficientes para responder à pergunta sobre quando temos direito a desistir?
Será que os srs. leitores podem sair da cabine telefónica – já com o fato de super herói – e nos podem ajudar nesta descoberta? Todas as dicas, conselhos e ideias serão recebidas com um abraço.
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