Na vida somos confrontados com desafios, projetos e decisões.
Quer estejamos a decidir sobre um trabalho, um curso ou uma viagem, como podemos saber se estamos a estabelecer um bom objetivo? Como saber se estamos a escolher o melhor caminho?
Pensemos nas nossas motivações interiores.
Imaginemos que estou a pensar ser médico. O que me motiva verdadeiramente? Ser médico pela riqueza, prestígio ou estatuto? Ou ser médico porque me apaixona estudar, compreender as doenças e servir os doentes? O que me está a motivar verdadeiramente? Se penso apenas no diploma e estatuto e não considero o próprio caminho de me tornar médico, devo ter cuidado.
Imaginemos que estou a pensar numa viagem que quero fazer. Se quero ir viajar apenas para contar onde estive ou para impressionar os outros, mais vale poupar o dinheiro e fazer algo que verdadeiramente me cative.
Pensemos em quem nos vamos tornar.
É sabido que mais importante do que o sítio onde chegamos é quem nos tornamos nesse caminho.
Valerá a pena chegar onde quero se pelo caminho me tornar uma pessoa egoísta, cínica ou zangada? Valerá a pena desprezar e ignorar os outros apenas para atingir o que quero?
E se pelo contrário, se eu não chegar onde queria mas tornar-me pelo caminho uma pessoa melhor e mais generosa? Não terá valido a pena na mesma?
Eddie Vedder num dos seus versos magníficos cantava: When I walk beside her, I am a better man… Serei eu melhor pessoa ao lado de quem estou? E este caminho torna-me melhor pessoa para os outros?
Pensemos no momento final.
Com certeza que chegar ao sítio que queríamos é bom e gratificante, mas lembremo-nos do que nos diz a campeã de ténis Martina Navratilova: O momento da vitória é demasiado curto para se viver acima de tudo o resto.
As vitórias e os triunfos passam demasiado rápido. Será que tirei gozo do próprio jogo, do próprio caminho?
Não tenhamos ilusões, o momento da chegada é apenas um momento. Que história contarão todos os dias, meses e anos até lá chegar?
Como é triste ver alguém ambiciosamente a subir alguma hierarquia durante anos, apenas para chegar lá a cima e perceber quão em baixo está.
Se dermos por nós a pensar na próxima escolha ou objetivo na vida, quer seja pequena ou grande… pensemos se o caminho nos cativa, pensemos que tipo de pessoa me vou tornar, pensemos como será no final.
Porque para cada novo desafio, é-nos colocada a questão: Se nunca chegasse onde queria, teria valido a pena ir por este caminho?
Comenta aqui