Apesar de não ser agradável ter alergias…acabamos sempre por apanhá-las. Uma das mais notáveis que temos desenvolvido é a alergia a compromissos. Quer seja com uma pessoa, um trabalho ou um projecto, ficamos com comichão só de pensar nisso. Achamos que estamos bem melhor se não assumirmos nenhum compromisso.
Para não perder nada e manter todas as hipóteses em aberto temos sempre um pé na porta, não vão as coisas correr mal… Ironicamente, ao viver assim, estamos realmente comprometidos… em não nos comprometermos com nada.
Parte desta relutância em nos comprometermos vem da ideia que o compromisso é uma prisão. Achamos que é uma coisa que nos vai tirar liberdade e nos vai amarrar a coisas que não sabemos se queremos.
Será possível assumir algum compromisso? Não perdemos a liberdade? Não ficamos amarrados a coisas que não temos a certeza?
Por estranho que pareça, não só é possível assumir um compromisso, como apenas assim é que a vida assume o seu potencial e se realiza plenamente. Apenas assumindo inteiramente um compromisso com um trabalho, uma pessoa, um projecto, é que nos realizamos e nos descobrimos. O curioso é que acabamos a fugir da realização que tanto procuramos.
Quais são as coisas com que nos queremos comprometer? Que coisas escolhemos honrar? Que coisas valem realmente a pena?
Há um tempo na vida para pensar no nosso caminho e para experimentar coisas novas, mas também há um tempo para assumir compromissos. Basta de adiamentos à espera que aconteça alguma coisa, basta de coisas a meio gás, basta de pézinhos na porta. Não se nasce à experiência, não se vive à experiência, não se morre à experiência.
Contudo, ao assumir um compromisso, convém ter em conta que o pacote vem com 2 extras:
1. Sacríficios.
O sacríficio é tornar uma coisa pequena, grande. É dizer que não ao secundário para dizer que sim ao essencial. E isso implica estar dispostos a abdicar de coisas que gostamos, como aquelas férias maravilhosas, aquela outra paixão, ou aquele projecto diferente.
2. Rejeições.
Ao assumir um compromisso – ao dizer é isto que quero, é isto que vou honrar, é nisto que acredito – haverá sempre quem critique e rejeite. A única forma de garantir que as nossas ideias não chocam com ninguém é viver tão cautelosamente, que mais valia sermos alforrecas. Para se ser verdadeiramente livre e assumir um compromisso é preciso estar disposto a pagar esse preço.
E qual o resultado fabuloso de aceitar este pacote completo? Qual a recompensa de assumir um compromisso?
A recompensa é apenas uma movimentação subtil da letra “g”. É trocar a alergia pela a alegria. E isso faz toda a diferença.
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