Somos bichos sociais que gostam de receber festinhas. Nem nos importa se são festinhas dadas por amigos ou por estranhos.
Se nos fazem sentir que gostam de nós, então está tudo bem. Queremos passar uma boa imagem e queremos que gostem de nós. Faz parte do nosso fabrico.
Mas a parte engraçada – e perigosa – é quando começamos a representar um papel para gostarem de nós.
Quando diminuímos fraquezas e exaltamos qualidades para sermos bem vistos. Quando começamos a comprometer aquilo que somos e acreditamos para agradar aos outros. Quando nos vendemos a preço de feira.
Chegamos ao ponto de nos irritarmos se alguém não gosta de nós ou não nos trata bem. Achamos que o mundo nos deve uma espécie de consideração permanente pelo simples facto de existirmos.
Contudo, investir tempo a tentar que os outros gostem de nós é tolo por várias razões:
1. O que os outros gostam não está no nosso controlo.
Conseguimos forçar alguém a gostar de um quadro, de uma música ou de uma cidade? Hmm…é tramado. E se estivermos a falar de pessoas… é impossível. O que os outros decidem gostar não depende de nós.
2. As relações genuínas não têm teatros.
Nós não gostamos dos nossos amigos ou família pelo papel que representam. Não gostamos pelo que parecem ser, gostamos pelo que são. Gostamos pela sua autenticidade, por serem exactamente como são. As relações que mais valorizamos não têm representações.
3. Impressionar outros gasta muita energia.
Arranjamos todo o tipo de histórias para impressionar os outros. Gastamos horas preciosas a congeminar que perguntas fazer, que roupa usar, que frases dizer. Consumimos demasiado tempo e força a tentar convencer os outros, quando às vezes nem nós estamos convencidos…
Mas na realidade, as pessoas têm mais que fazer que gostar de nós. Têm mesmo. Cada pessoa tem uma vida cheia preocupações, desafios e alegrias. Todos vivemos vidas importantes. Demasiado importantes para perdermos tempo assim.
E se optássemos antes por ser autênticos em tudo o que fazemos?
E se usássemos a energia gasta a impressionar os outros para fazer alguma coisa extraordinária?
E se em vez de esperar que gostem de nós, começássemos a gostar dos outros?
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