Passaram 6 meses desde o início do ano.
Possivelmente fizemos alguns propósitos de vida no Réveillon, já bem regados por uma champanhota barata e aconchegados por uns manjares quentinhos. Mas com a distância de meio ano, veio-me a pergunta: porque raio será o fim do ano a melhor altura para fazer propósitos para a nossa vida? Porque é que fazemos balanços apenas no final do ano? Porque não vamos reflectindo mais vezes?
É que há um calendário interior que tem pouco que ver com as 12 passas e pés direitos. Deixemos o ano civil levar a sua vidinha, e nós levamos a nossa. Por vezes é bom ir afinando para onde queremos ir, mesmo não sendo ano novo. Não é preciso fazer reflexões solenes nem entrar em obras. Basta parar e pensar um bocadinho.
Sim, se quiserem podemos chamar Réveillon às alturas em que queremos pensar na vida. Ficamos logo mais alegres, não é? Pois bem, aqui ficam 3 ideias para ajudar a pensar na nossa vida. 3 ideias para o próximo Réveillon:
1. O progresso mede-se em décadas.
Foi o que me disse um amigo, e eu acreditei nele. Depois, dei-lhe um pontapé e disse que tinha que esperar 10 anos para ver se o biqueiro fazia progredir a nossa amizade.
Ao pensar na nossa vida, não vale a pena entrar em exageros e dramas (tão apetecíveis à malta jovem). Olhar com perspectiva ajuda a relativizar tanto os mini-sucessos, como as coisas que correm mal. Levar a vida com desportivismo, sem grandes ânsias e investir nas coisas de longo prazo. E devagar devagar, bem cá dentro, vão nascendo as coisas que realmente valem a pena. O caminho é longo, temos muito para andar, e para chegarmos onde queremos ajuda…
2. Estar em boa companhia.
Há um provérbio japonês que diz : ao lado do teu amigo, nenhum caminho será longo. Que boa ideia teve o sr. japonês, hein? Realmente sozinhos custa muito mais. É tão bom ter alguém com quem podemos partilhar o que nos cansa e o que nos anima: família, amigos, namorados. Alguém que partilha um pouco do nosso caminho é um grande dom. Sozinhos não vamos lá. Em boa companhia vamos bem mais longe. Vale a pena investir tempo em “boas companhias”, e já agora…
3. Encontrar espaço para as coisas que realmente nos realizam.
Por vezes esquecemos-nos de nos mimar com as coisas que nos ajudam a ir mais longe. Perdemos muito tempo e espaço interior com pensamentos que não ajudam em nada: não valho nada, nada corre como gostaria, há tanto para fazer...
Em vez de perdermos tempo a entreter esses pensamentos, vamos antes ocupar-nos com coisas que realmente nos realizam. Que coisas serão?
Se calhar é ajudar quem está aflito, ou ir correr junto ao mar, ou ler um bom livro, ou passear com um amigo, ou ir viajar…
Vamos deixar-nos de tretas e arranjar tempo e espaço para as coisas que realmente nos realizam.
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