Tomar melhores decisões II

No último artigo falámos sobre como tomar melhores decisões.
Na realidade ninguém falou, é uma força de expressão. Alguém escreveu umas palavras num teclado e outras pessoas leram esses disparates nalgum lado, talvez num cybercafé com música indiana a tocar.

Falámos sobre como escolher é dizer um sim e muitos nãos, sobre como não decidir é em si uma decisão, e por fim, como cada escolha abre sempre um futuro novo. Mas hoje vamos antes ver como melhorar o critério das nossas escolhas.

Há um enorme cosmos de escolhas que não se consegue abarcar nem abraçar assim de raspão. Há decisões pequeninas – comer Corn Flakes ou torradas? – e decisões maiores – mudo de trabalho ou não?
As decisões dependem da altura da vida em que estamos, do que acreditamos, do que queremos, se choveu no Burkina Faso, e de outras tantas coisas.

Mas se pensarmos nalgumas decisões de que nos orgulhamos – como lançar uma ideia própria, ir viver para outro país, aprender uma língua nova-  raramente encontramos decisões que foram feitas para agradar a toda a gente.

Querer agradar a toda a gente é como oferecer a mesma t-shirt a todos os amigos. Vai haver um ou outro que fica contente porque lhe fica bem, mas o resto da malta vai ficar insatisfeita.
Ao tomarmos uma decisão há pessoas que gostam e agradecem, mas outras tantas vão fazer um riso amarelo ou talvez desatar à chapada.

O meu critério de escolha não pode ser o que vai agradar a todos. Tem que ser o que eu devo fazer…
Naturalmente ao tomar uma decisão não podemos ignorar o impacto que isso tem nos outros… desde a forma como paro o carro, quem convido para jantar ou quem critico. Mas a tentativa de agradar a todos vai sair sempre furada. Nunca sabemos o que realmente agrada aos outros, e mesmo que soubéssemos… valeria a pena decidir apenas para que gostassem de nós?
Esforçamo-nos demais para que todos gostem de nós, e  de menos  para fazer o que precisa de ser feito.

inesperado.org_tomarmelhores decisões II

O meu papel ao tomar uma decisão não pode ser garantir que toda a gente fica agradada. Bem pelo contrário, quanto mais livre e maduro sou a decidir, mais pessoas vão ficar incomodadas com as minhas escolhas. Escolher implica deixar coisas boas de lado, para se optar pela melhor. Se eu faço uma escolha determinada, ela vai ter implicações claras nas pessoas que estão à minha volta.

Mas o meu critério de decisão tem que ser fazer o que tem que ser feito. Não o que gosto mais, nem o que apetece mais…mas o que devo fazer.

E o que é que deve ser feito?
Ui se soubéssemos isso seríamos uns autómatos moralmente irrepreensíveis. Parte da beleza e dor da vida têm a ver com não fazermos puto ideia. Vamos tendo umas luzes e tal, mas certezas certezas…. hmmm é para desconfiar. Raramente sabemos tudo à partida. (ou à chegada)

Bottomline:
Que preço estou disposto a pagar pelo que precisa de ser feito?
Estou disposto a que deixem de gostar de mim para escolher o que precisa de ser escolhido?

Ui ui, até começa a doer só de pensar… deixar de lado o grupo de amigas para ir trabalhar para outro país? Parar de sair à noite para conseguir acabar a tese? Discordar do grupo de amigos numa festa para defender aquilo em que acredito?

É-nos difícil deixar que os outros possam não gostar de nós. Nós gostamos de ser gostados. E por isso tomar decisões que mexem com os outros é difícil, mas ninguém disse que ia ser fácil.

Aliás… os Comandos dizem uma frase quando as coisas começam a ficar difíceis:  Se fosse fácil… estavam cá outros.


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Respostas de 5 a “Tomar melhores decisões II”

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  2. “Querer agradar a toda a gente é como oferecer a mesma t-shirt a todos os amigos”.
    Genial. Muito genial! Fico a pensar: “quanto tempo terá andado este rapaz a matutar a coisa para lhe sair isto assim, com esta simplicidade?!”.

    1. saiu saiu. nada de genialidades.
      Abraços deli

  3. Virgínia

    Ora João…muito bom!!!! Muito bom mesmo….e olha que vem numa altura em que tenho de tomar decisões e não sei o que escolher!!!! Não queres fazer um “omar melhores decisões III” a explicar como saber o que devo fazer? Seria um desfecho fenomenal lol

    1. Força Virginia! Esperemos que sim…

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