Não, não é uma carta de despedida do nosso país, ainda gosto muito dele. Não é um texto as-pessoas-não-valem-a-pena, ainda gosto muito delas. E não é um texto de a-minha-vida-não-faz-sentido, também gosto muito dela.
O título é apenas um gancho para te agarrar pelos colarinhos, porreiro? (se tiveres sem paciência no final do post há um resumo, é a parte que diz “resumo do post para os preguiçoso”.)
Este artigo vai ser simples. Vai querer responder a duas perguntas, e não vai conseguir:
1. O que é a frustração?
2. Como se lida com ela?
1. O que é a frustração?
Frustração é a primeira folha do papel higiénico nunca sair bem, e quanto mais se puxa, mais sai rasgado em espirais diagonais mais finas.
Frustração é preparar a taça de cereais ao pequeno almoço, estar já sentado, e perceber que não há leite em casa.
Frustração é estar atrasado para uma festa, com gente “lá em baixo” à espera, e o nó da gravata não sai bem. (nem vai sair)
Frustração é enviar um sms rápido, e o auto correct do tlm, muda completamente o sentido da frase e já saiu a msg. Agora explicar, e voltar a escrever…
Frustração é querer explicar o que é uma coisa, e não ser capaz (como a pergunta aqui em cima).
Bora lá malta, na realidade a frustração vem das coisas não correrem exactamente como planeado. São ligeiros fracassos. São pequenos fiascos. Fiasquinhos vá lá.
2. Como se lida com a frustração?
Sei lá! Que irritante este tipo de perguntas…
(resposta de quem está frustrado)
Mas calma Artur, vamos lá ver algumas coisas:
a. Frustrações são amigas para nos rirmos de nós e dos nossos planos ridículos. Sim, os planos grandes de vida ou os pequeninos. Rirmos de querermos tudo à nossa maneira (porque não cereais sem leite? Ainda no outro dia conheci um rapaz que comia cerelac, sem nada. Sim, apenas o pó à colherada.)
b. Frustrações todos temos. Yey, estou-me a sentir muito melhor. Vou vestir um roupão e começar a correr de felicidade pela rua… (o que é correr de felicidade?).
A sério, mesmo a malta cheia de estilo, tipo George Clooney, também faz uma nódoa na toalha nova que pôs na mesa para o jantar de cerimónia. Mas sim, ele estala os dedos e aparecem 20 tailandesas para trocar a toalha e dar-lhe uma massagem ao mesmo tempo. Mas teve que estalar os dedos, que frustração. (Outra frustração: ser o George Clooney e dar jantares de cerimónia).
c. Dado que todos temos e vamos continuar a ter muitas frustrações, vou fazer uma consideração profunda (que vai acabar num site brasileiro, onde se descarregam power points com música clássica e fotografias de rosas, cascatas e fins de tarde):
Vai mais longe quem consegue lidar com muitas frustrações, do que quem tem tudo a correr como gostaria.
(raça de coisa, não teve impacto. Mas alguém ponha isto num power point sff)
d. TRANSPARÊNCIA. Ai, isto está em caps lock. (que frustrante…)
Gosto da ideia de admitirmos francamente que às vezes somos um fiasco. Que estamos frustrados. Que as coisas correm mal. Umas atrás das outras. No raio do fósforo que não acende, ou no autocarro que acabamos de perder. No trabalho quando levamos muitas criticas, ou em casa quando está tudo por arrumar. Ou o papel higiénico que está quase a acabar…
Ultimamente procuro usar mais essa expressão. Precisamente para me expressar melhor: “Estou um bocado frustrado com…” Acho isso fixe, e saudável. E uma vez reconhecendo com transparência que ficamos frustrados, podemos arranjar um menu criativo de coisas que melhorem a nossa vida.
Resumo do post para os preguiçosos:
A frustração tem a ver com as coisas não correrem como planeado. Todos temos frustrações. Podem-nos fazer rir e podem ser um grande treino para nos tornarmos mais resilientes na vida. O essencial é sermos transparentes e sabermos dizer a nós e aos outros quando estamos frustrados.
Já acabei o artigo mas mesmo assim…Estou-me a sentir um bocado… ah é isso… frustrado!
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