Será que sabemos o que é melhor para nós? Valerá a pena termos objectivos na nossa vida, ou simplesmente estar abertos ao que a vida vai trazendo?
Caramba, é que chateamo-nos tanto com o que a vida nos dá. Porque recebi uma nega de emprego ou uma tampa , ou um tupperware? risos… Mas damos por nós a pensar:
Não tive as oportunidades que queria…
Não tenho o emprego que mereço…
Não tenho uma família tão grande como queria…
Não tenho amigos bons…
Não tenho dinheiro para fazer o que quero…
Não tenho o cabelo daquela cor…
Não sou tão alto como queria…
Tantas vezes queremos coisas. E bem à nossa maneira.
O que tenho reparado é que talvez não saibamos assim tão bem o que é melhor para nós. A sério. Não sei se é suposto estarmos cheios de certezas acerca do que é bom para a nossa vida, relações, família, carreira…
Será que sabemos o que é melhor para nós?
E partindo daqui, há 2 pontos que podemos considerar:
1. É bom ter objectivos e sonhos. “Um barco sem rumo não tem ventos favoráveis”. Sem dúvida. É importante isto: “Quero ser bom no meu trabalho; Quero casar; Quero ter filhos; Quero viajar à volta do mundo; Quero ser excelente aluno; Quero conhecer pessoas novas; Quero ter uma carreira internacional; Quero ter autonomia financeira…” É bom lutar pelos nossos objectivos. Pelo que queremos.
2. É bom não ter planos. Estar aberto ao que a vida traz. Não forçarmos nada. É bom aceitar simplesmente o que é, sem grande esforço para ser de outra maneira. De receber as coisas que nos chegam com naturalidade. É bom não termos objectivos. Não termos o que queremos.
E claro que o 1 e 2 parecem opostos, mas algures no meio, toca-se um equilibrio onde a vida alcança uma medida maior. Entre o que fazemos e o que deixamos acontecer. Entre o que conseguimos e o que nos falta. É realmente um ponto de humildade e de descoberta do bom que a vida pode ser, mesmo sendo absoultamente diferente do que tinhamos imaginado e idealizado. É terreno de vida à séria. Onde a deixamos nascer onde não esperávamos.
( atenção que estas frases são lindas, tirei-as de um site brasileiro. Ou será um brasileiro que vive na minha cabeça?).
Vale a pena discutir com a vida quando não nos traz o que queremos?
Acho que sim. Mas rápido rápido, sem perder demasiado tempo, e dizer-lhe assim:
“Minha amiga, sabes muito bem que eu queria outra coisa que não isto. Que raça de coisa, andamos a brincar é? Então investi o meu tempo, amor, trabalho numa coisa que não deu em nada?” E pronto. Se ficarmos meses a discutir com ela porque não nos deu o que queremos… simplesmente não avançamos. E a vida não se compadece com os nossos ritmos. Segue sempre.
Não vale a pena discutir com a vida. Ela vai-se encarregar de trazer o que precisamos.
Já estou a ouvir aí: “ah que giro, essa confiança infantil, mas esta brincadeira dói. E se não traz? E se ela não traz o que quero? E se acabo sozinho? E se acabo sem emprego e sem dinheiro?”
Boas perguntas. Mesmo boas e legítimas. Mas sabemos o que é realmente bom para nós? Sabemos? Podemos ter umas pistas e certezas. Desejos e vontades, mas tantas vezes estamos enganados. Tantas vezes queremos muito uma coisa, mas precisamos é de outra. Tantas vezes nos tornamos tiranos por ter tudo o que queremos. Tantas vezes demoramos anos a discutir com a vida e não aceitamos o que nos está a mostrar. E finalmente, tantas vezes nos tornamos mais humanos, ao aceitar que a vida não trouxe o que eu queria, mas o que eu precisava.
Nós somos criaturas sérias, com corações a sério. Mas ainda a aprender. A aprender o que é melhor para nós. Não vamos discutir demasiado com a vida. Ela vai-se encarregar de trazer o que precisamos.
Entretanto, avancemos.
Deixe uma Resposta para Inesperado.org Cancelar resposta