Todos nós já sofremos: desde o fim de um namoro, um despedimento, ou uma doença… E pensamos naturalmente, como podemos evitar isto?
O curioso é que muitas vezes não podemos evitar, temos que sofrer.
Por vezes achamos que com a ajuda suficiente – psicológica, disciplina, dinheiro – não vamos precisar de sofrer. Mas facilmente percebemos que não resulta.
O principal problema com o sofrimento é que não sabemos sofrer!
Será isto masoquismo ou resignação?
Pelo contrário… é a simples aceitação da realidade.
Vou conseguir impedir que as pessoas de quem gosto sofram? Vou conseguir impedir o meu próprio sofrimento? Dificilmente…
É natural querer evitar o sofrimento, mas viver a fugir do sofrimento pode ser mais desesperante do que viver aceitando os sofrimentos que nos tocam.
Na realidade, há problemas que só se resolvem atravessando o sofrimento.
Como a dor que um amigo contava ter ao nadar no mar no inverno com um frio tremendo… o mar gelado parecia que lhe partia os ossos, mas aguentando 5 minutos e continuando, o corpo disse-lhe que afinal o frio não era uma ameaça de vida, que podia continuar a nadar… e assim o fez, vez atrás de vez.
Assim também na vida é preciso atravessar a mágoa, a rejeição, o medo para descobrirmos caminhos que nem imaginávamos. Por vezes, há que preserverar e atravessar o sofrimento.
Nem sempre há resposta para tudo. Já todos tivemos dias, semanas e meses com sofrimentos sem resolução aparente. Há sofrimentos na família, nas relações magoadas, nos trabalhos, em que não há nada que pareça resultar…
O desafio que nos é proposto não é tanto decidir se vamos sofrer ou não, mas como vamos viver o sofrimento que nos toca?
E como nas coisas grandes da vida, mais vale viver com amor do que sem amor. É possível viver até o sofrimento com amor.
Até do sofrimento é possível retirar coisas boas, mas apenas se vivermos com amor. Há que suportar com paciência o que nos acontece, porque a paciência é uma forma de amor.
Da próxima vez que nos bater à porta um sofrimento, há que aceitar, porque sair da dor com sentido, é melhor do que nunca ter sentido a dor.
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