Vinda não se sabe bem de onde, aparece-nos na cabeça uma coisa que queremos.
Todos os nossos neurónios ficam maravilhados e olham muito para essa coisa. E não interessa especialmente para o que eles estão a olhar: pode ser dinheiro, amigos, tempo, whatever. Queremos essa coisa.
Mas apesar de todo esse encantamento, demasiadas vezes ficamos de mãos a abanar, porque ninguém nos dá o que queremos. Isto pode dar-se por 3 razões diferentes:
1. Ninguém sabe o que é.
Brilhante hein? A maior parte das vezes as outras pessoas não sabem o que queremos. E isso pode ser por sermos nabos a comunicar, ou porque também nós não sabemos o que queremos. Se for porque somos nabos, a solução é simples: treinar a comunicação com outras pessoas. Maria, queria o trabalho feito assim. Pedro, queria mais companhia. João, hmmm…queria dinheiro sff. É fazer como as crianças fazem quando querem um brinquedo: pedem-no.
No caso de não sabermos o que queremos, o problema é mais maroto. Porque se não sabemos o que queremos, ninguém nos pode dar. Nem nós próprios. É o que se diz: um barco sem rumo não tem ventos favoráveis.
De qualquer forma, não é demasiado dramatico não se saber o que se quer. Há muita gente interessante e com vidas cheias que não sabiam o que queriam. Para quem gosta de saber o que quer, basta cavar um bocado e descobrir no fundo da sua mioleira o que tanto quer.
2. Ninguem te pode dar.
Por vezes, apesar de sabermos o que queremos, ninguém no-lo pode dar. Pomos demasiada responsabilidade nos ombros dos outros e os nossos ficam levezinhos. Porque raio é que a outra pessoa tem que me dar o que quero? Por vezes, mesmo que gostem muito de nós o que pedimos dos outros é simplesmente impossível.
Ninguém consegue resolver a nossa vida, é um peso injusto para alguém carregar. Ninguém pode tomar decisões por nós, ou trabalhar por nós, ou melhorar as nossas relações por nós. Às vezes temos que ser nós a dar o que queremos. Mais ninguém.
3. Ainda não chegou o tempo.
Outras vezes, mesmo não apetecendo nada, temos simplesmente que esperar. Há coisas que levam tempo. É chato, mas são precisas muitas horas de amadurecimento, muita paciência, muita humildade, para termos o que queremos. Nós não ditamos os tempos de tudo.
O que queremos é como um fruto, não se pode arrancar demasiado cedo porque ainda está verde. Mas se esperarmos pela altura certa, ele sai com facilidade e está maravilhoso. Se nos desleixarmos… ele apodrece.
A espera é o preço a pagar pelas coisas que valem a pena.
Pode acontecer ainda o que queremos seja simplesmente impossível. Mas independentemente do que for, é bom não levar demasiado a sério as coisas que queremos. Assim, a vida pode surpreender-nos pela positiva, e os nossos neurónios agradecem, porque podem-se ocupar com outras coisas. Nomeadamente… o que fazer agora.
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