Ao começar um ano novo, pegamos no telemóvel, ligamos à família: “Bom Ano! Beijinhos às tias também …”
SMS aos amigos: “Que este ano traga muita felicidade etc etc etc…”
Beijinhos e abraços a quem está connosco: “Feliz ano novo! Ainda não comeste 12 passas/maltesers/cajus…”
O ano que passou foi bom, ou mau, ou difícil, ou espectacular, ou cocó. Mas passou, este ano já passou. Fácil ou difícil, cá estamos nós nas passas e na champanhota. We made it. Atravessámos muitas alturas desafiantes, conhecemos malta nova, fizémos coisas que não sabíamos fazer. Novos ou velhos, aprendemos e crescemos.
E isso é bestial. Necessariamente alargámos, estamos mais à frente do que no ano passado.
Mas o final do ano sugere sempre que podemos mudar.
Há tanto que não fizémos, que não abraçámos e que não soltámos.
Mas o que ficou então?
Da passagem de ano ficou um sabor a passas e champanhota.
Os confetis vão-se embora com a chuva, e o fogo de artifício, já lá não está. Era só um artifício.
E do ano que passou, o que conservamos? Experiências intensas? Novas amizades? Um novo eu?
Pois bem, vamos lá olhar para trás, para depois olharmos para a frente. Temos que olhar pelo retrovisor ao tirar o carro do estacionamento. Depois sim, olhamos para a frente, pomos a primeira e vamos à estrada! Mas agora, o que vejo quando olho pelo retrovisor?
Se eu tivesse que escrever as 3 coisas que aprendi neste ano, o que escrevia?
(Para a malta que tem caderninhos onde vai escrevendo as coisas que valem a pena ser lembradas, olhar para o ano que passou é mais fácil, é só ler os cadernos desse ano. Ui, tantas lembranças. Tanto riso já… Para quem não escreve, pode sempre ler os sms desse ano ou as fotografias dos sítios por onde andou.)
Mas e o que vai ficar do próximo ano?
O clássico é enchermos-nos de propósitos de ano novo, como nos enchemos de passas. Elas acabam em cocó. E os propósitos também. Ah, mas eu queria mesmo ser melhor pessoa. Boa para ti Carlitos, mas assim não vais lá. Não percebes que só consegues fazer uma coisa de cada vez? O teu foco não dá para tudo. Daqui a 3 semanas já me dás razão. Frio de Janeiro, de volta ao trabalho ou nos exames, e já nem te lembras dos propósitos que fizeste no calor da champanhota.
Então e agora? Agora com calma, vais pensar numa coisa. Só numa coisa que fizesse o teu ano valer a pena. O que gostavas de mudar em ti, ou na tua vida?
E arranja agora 365 maneiras criativas de chegar lá. Mas 365?!? isso é muito…
Pois é Carlitos, mas tens que arranjar maneira de dar volta aos teus enganos de sempre. Se o que queres para este ano vale mesmo a pena, se te agarra e te puxa para a vida, então força!
Ao teres um rumo para o teu barco, percebes melhor que ventos te são favoráveis.
Nota final meu amigo:
O ano que aí vem vai ser bestial. Sim, tem mesmo que ser!
Mas tudo o que idealizaste para o próximo ano pode sair furado. Podes-te aperceber que o vento quer levar-te para outro lado. E isso também pode ser bestial. Pode ser que seja para aí mesmo que tu te vais orgulhar de ter ido, quando tiveres com 12 passas na mão na noite de 31 Dezembro 2013.
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